segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Caninos

Quando eu paro,
sobre meu porte
recolho toda a minha animalidade,
deslumbro teu brilho
e a observo, como um apaixonado.

A sua pose tão distante,
aquela palidez tão saudável
e o olhar profundo que me lança,
faz com que de ato
me sinta um homem
de fato, amado.

Não fosse vento,
não fosse orvalho,
grama e jasmim se quer;

fosse apenas o prazer
noturno de te ter,
prazer em te ver
e cantar pra você...

Não há estrela que entenda,
nem tempo que perdure,
é uma relação de amo:
reciprocidade da voz ao brilho.

Do meu tempo
não se há mais
o grito jovem e bradulento

- Eu me faço vento!

Você vai embora,
eu abaixo meus pêlos,
recolho minhas garras
e retorno assim... de-leito!

É o sono de um velho Lobo,
é o baile de uma eternadonzela que não cansa de Luar.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Parou, hein!

Não vi nada, não ouvi nada, não senti nada. Não sei de nada. Não lembro de nada. É tudo mentira. Mentir é feio, viu?

AHEUAHEUAHEUAEHUEUEHUAHUAEUAHAUHUAEHEUAHEAUHEAUHEA

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Como é por dentro outra pessoa? (Fernando Pessoa)


Como é por dentro outra pessoa? Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo, com que não há comunicação possível, nem há verdadeiro entendimento. Nada sabemos da alma, senão da nossa. As almas dos outros são olhares, são gestos, são palavras, supondo-se qualquer semelhança no fundo. Entendemo-nos porque nos ignoramos. A vida que se vive é um desentendimento fluido, uma média alegre entre a grandeza que não há e a felicidade que não pode haver.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Querido Papai Noel...

Eis aqui a questão principal das minhas conversas de MSN com a minha BF, membro da equipe dos5sentidos, senhorita Téo:
O SURTO... Sim o SURTO que ela nos proporciona senhores é tão genial e libertador que eu preciso dizer... Daqui 3 anos essa digníssima (Fê você também é digno!) vai ser psicóloga, então eu digo: Guardem esse nome... Raquel de Oliveira Luiz... E vai se tratar com ela!
Se você está tendo atitudes bizarras que jamais teve por estar apaixonadinha (o) por alguém... Fale com ela!
Se você não entende por que é tão comedido tão pouco impulsivo... Vai ao consultório dela um dia!
Por experiência noturna recente... Posso afirmar que conversar com a Téo no MSN faz mal à saúde!!
Porque você se dá conta o quanto idiota você foi, por exemplo, gostar de alguém e não saber lidar com a situação! É triste, mas é tão bom! O poder volta pra suas mãos, entendem? O romantismo não vai acabar nunca... Mas o medo... Ah o medo... Esse vai ser controlado agora senhores...
I’m back!
So what?

Até mais!
Xxxooooooo

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Você já olhou o céu sobre sua casa?
O céu da minha casa se estende por toda uma imensidão
e vai explodindo, rajando estrelas numa tenda
circense... estou no ar...o mistério obscuro do circo!
Quantas estrelas ainda hão de brilhar nessa estampa cerrada?
Todos os segredos estão escondidos atrás dessa cortina negra
e eles olham assustados pelas frestas de pano
procuram entender, bisbilhotam o holofote que se acende na fuga.
As estrelas estão guardiãs, o brilho está ofuscado e o picadeiro limpo.
Ecoa Forte a morte e o porte dos homens
um grito que corre aqueles que param e pairam distraídos sob o foco.
É tempo de olhar e ouvir esses tamborins que gemem por debaixo das arquibancadas
e saber do medo que anda a espreita, rugindo:
"é disso q tenho medo, tenho medo de tudo quase... cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo, do que não ficava pra sempre..."
Aquele vulto negro, de braços fortes sorri nas sombras dentro de seu macacão de listras e a arma que me aponta, atira e me tira...São flores, são pombos, é mágica.
Você já olhou o céu sobre sua casa?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Domingo nosso de cada dia...

Domingão especial... Felicidades Citi, again!
O sol veio com bom humor... O céu o acompanhou e veio feliz azulante.
Não resiste e sai para andar... Óculos de sol na cara e pé na estrada.
A tarde foi tranquilamente passando no seu devido ritmo. Hoje o tempo não voa, amor.
Visitas agradáveis apareceram. Nina e Tato...
Pipoca... Jogo de futebol... O que mais a Crol quer?
Como se tudo isso não fosse suficiente... Eis que vem a senhora atriz recem formada pela Universidade Estadual de Londrina - Ariadne Amaral dar boas notícias...
10,0 em seu TCC!!!!!!!! PARABÉNS!!!
Emocionante, porque ela fofa como é... Em seu agradecimento no trabalho citou meu nome. Obrigada amiga pela lembrança. No que eu puder te ajudar... Sempre te ajudarei!
A noite veio fechar o dia bom!
Alice na tv amigos no cel.
Me senti tão feliz, mais tão feliz... Que perdi o sono. A CULPA É DE VOCÊS!!!!!!!
Foi ótimo ouvir a voz de vocês todos juntos em Rio Preto fiquei toda deprimida por não estar com vocês, massss o coração ficou todo espumado de tanto amor hauahuahaua
Como amo!!
Para ver se o sono apareceria... Liguei o rádio... Fernanda Takai estava apresentando um programa de MBP... Especial João Gilberto e seu ótimo samba... Fala sério!!!
O que mais posso querer???
Bom é isso... Tinha que contar... Domingo especial merece um post!
Boa semana pra todos... E Feliz Dezembro!!!

Até mais! :)

domingo, 30 de novembro de 2008

Alguém aí Aniversaria (do verbo Ficar Mais Velho) hoje??

Existe somente uma idade para a gente ser feliz;
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.

Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.

Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
à nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.

Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo novo, de novo e de novo,
e quantas vezes for preciso.

Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.
(autor desconhecido)


SIT! Parabéns... Feliz aniversário.. I love you so so much! Pago um pau danado pra vc.. desde aquela época q vc não sabia NAAAAAAAAAAAAAAAADA de inglês..! vou confessar, eu já pagava pau pra vc.. desde akela época q num dos auditórios do Seta vc me disse ser franciscano ^^ PENSA num cara diferente! Por mais que a gente te atormente com frases do tipo "o sit é um dos caras que eu mais curto, e menos conheço!", saiba q a admiração é enorme.. O carinho, o respeito.. me sinto privilegiada de ter vc na minha vida! Vc sempre está lá.. sempre está disposto a comentar um post, mesmo na véspera de completar 22 anos..! AHUaheUAHeae ok, zoei agora! Mas é verdade... "I'll be there for you".. Vc é alguém que ilustra muito bem este trecho desta música..! Então eu sinto um enorme prazer em dizer pra vc: "I'll be there for you too!"
AMOOOOOOOOOOO!!

sábado, 29 de novembro de 2008

A Macaca

A macaca, aquela que adotou o tigrezinho, sabe? Então.. ela está solta rondando os 5 órgãos dos sentidos.
"Hoje o dia não foi bom, acabei descontando em vc.. Desculpa!"

Que bom que se pode pedir desculpas..! ^^

Um fragmento achado na hora certa...

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe?
O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital".
Pois esse impulso à vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar (novo), para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim, como 'estou contente outra vez'.

Vi esse fragmento de Caio Fernando Abreu de manhã. Um resumo importante sobre um conversa noturna.
;)

Até mais!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Caros Psicolegas (e outros colegas mais!)

Estou aqui hoje pra contar da reunião que tive do meu Estágio Básico esta manhã.
Estou (de novo!) envolvida num projeto de psicanálise que objetiva o estudo do desenvolvimento emocional da criança, nos primeiros dias de vida. O grupo de pesquisa é grande; só mulheres, tirando o Jorge (o orientador). Ainda não estou TÃO entrosada com a turma. O fato de TODO MUNDO (menos eu) se conhecer antes mesmo do grupo formado não ajuda muito, mas tudo bem.
A orientadora, a Diana, é uma gracinha. Toda delicada, toda formal.. O Jorge também é uma gracinha: é albino (pq isso é relevante?), miudinho, sempre com seu reloginho de ouro, sua calça de linho e camisa social... impecável! Aliás, impecáveis! Só a doida aki de cabelo vermelho e camiseta do The Doors.

Hoje cheguei e sentei na ponta da mesa. 8h da manhã, todo mundo meio sério, meio pesado... Um clima meio tenso, não tínhamos escrito o pré-projeto da forma como nossos orientadores esperavam, e a impressão do que tínhamos feito não tinha dado certo, a Lilian estava esbaforida atrás da impressão, e esperávamos o resto do grupo chegar. E o Jorge também chegou nesse meio tempo.. e o resto do grupo também.. como ainda não podíamos falar do que tínhamos feito, alguém puxou o assunto de uma galinha que adotou uns cachorrinhos, e colocava todos eles debaixo da asa, e era super engraçado...

Aí a Diana foi comentar o quão curioso era esse processo de maternagem, gravidez psicológica nos animais... e as estagiárias apaixonadas bebiam suas palavras, hehehe.. até que ela falou que esses dias tinha visto na TV, num zoológico, uma macaca que tinha adotado um tigrezinho..

Um "ownnnnn" coletivo invadiu a sala. Aí ela, naquele risinho clássico e fofo dela, disse: "quero ver só no dia que o tigrezinho resolver comer a mamãe!"

Aí a ... que vos fala, que eu já nem sei como nomear, e que ATÉ ESTE MOMENTO SÓ OUVIA, DE BOCA FECHADA, resolveu se manifestar.. não sei, mas acho q ela pensou q estava na sala da casa do bixo, ou sei lá. Não se deu conta de que estava ao lado do Jorge, e disse, num tom pesaroso: "é.. Complexo de Édipo, né?"

... =^ (esse emoticon é a boca q a gente faz pra fazer fusquinha qdo algo vira bosta! acabei d inventar, hehehe)
Então, às 8h da manhã, td mundo me olhou, inclusive o Jorge, por trás de suas lentes-fundo-de-garrafa.. e todo mundo riu, não sei se de engraçado ou de desespero, se recebi risadas por mérito ou por vergonha alheia, AEHUaheUAEhAEHAEUhae
é, Raquel, é...!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Eco, vem passear comigo!

A gente pode vir aqui de vez em sempre e postar nada, só pra se desestressar?

"Eu vi um gato na rua, comendo chocolate. Pedi um pedaço e ele respondeu que não. Os gatos são mesmo muito egoístas."

PS: o primeiro psicólogo que tentar explicar freudianamente o que eu acabei de escrever, ganha um chute na canela!
Eu juro pela minha louça suja que só escrevi isto, porque o imenso texto em espanhol que estou traduzindo não acaba nunca! Eu estou estressado! Eu vou dar um chute no saco do professor que pediu isso! Eu quero férias! (Hum, pq ele tá se explicando? Hum, Freud explica, hein!) kuakuakuakkk...


Ai, meu Deus, tem gente que pensa que blog é divã, vê se eu posso com isso???

(respira)

Agora me sinto mejor, ops, reflexo!
=)

*Postado por Tato em meio ao caos, quem quer fazer jornalismo no meu lugar põe o dedo aqui!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Enquanto isso, no lustre do Castelo..."

É que naquele fim de semana, ela estava de saco muito cheio de tudo. E de quase todos. Resolveu sair e andar e correr e andar e descansar os pensamentos enquanto cansava o corpo. Mas o saco tava TÃO cheio que ela estava rejeitando seu próprio mp3!
"Carol, o q vc tem no seu mp3?"
"Ah.. tem isso isso e akilo.. nada q vc goste!"
"Ok, eh isso msm q eu preciso.. me empresta?!"

E lá foi ela. Gostou tanto de ouvir akilo q ela não gostava de ouvir, que resolveu agregar novos valores ao seu próprio mp3. Pegou o mp3 da Carol, copiou as músicas pro computador, conectou seu mp3 e passou a pasta da Carol pro seu próprio mp3.

Dias depois, tudo mais ou menos nos conformes, ano letivo acabando, últimos trabalhos a serem entregues, ela chega do serviço, encontra a Carol com os olhos no computador e, ao invés de escutar a TV, vai aproveitar o estojo do bixo esquecido em casa e terminar os últimos trabalhos da facul.
Uma bela hora.. a Carol também resolve terminar de digitar seus próprios trabalhos. Mas... "cadê minha pasta?"
"Localizar arquivos".. NADA. E digita o nome da pasta, dos arquivos, e NADA.
"Mas Carol, SUA PASTA INTEIRA sumiu do computador? Não pode ser.. Reinicia o computador!"
e, NADA! Tudo o que podia haver de documentos da facul da Carol simplesmente sumiu!
Aí foi a Carol tentar refazer todos os trabalhos à mão... tadinha!

Aí, a fulaninha terminou seus próprios trabalhos e foi grudar no pc.. e chateou, orkuteou, brigou, foi pro quarto, matou uma aranha (freud explica!) . Enquanto isso, a tadinha da Carol terminava (ou tentava terminar) seuS trabalhoS pra entregar no dia seguinte..! E a outra estava até entediando de tão nada que tinha pra fazer.. e, no ápice de seu tédio, grudou no seu mp3 pra verificar qtas pastas de músicas havia...

Havia uma pasta chamada "Carol", com as músicas da Carol (ou pelo menos devia ser!), assim como havia uma chamada "Lucas", com as músicas do Lucas. Mas por acaso a fulaninha foi abrir a pasta da Carol pra ver se havia alguma música que lhe apetecesse... só encontrou uma "música" escrita assim: "Estágio Básico"...

You Know You've Got

Quase nada pra fazer no fim de semestre, não é...
Cheio de lugares comuns. Mas quem disse que eles não podem ser?!.


You Know You've Got
(Ao som de “You Know You've Got” (Mallu Magalhães) )

Botas. Jeans batido. Camiseta surrada. Chapéu country australiano. Furos na aba. Violão nas costas. Jovem garoto. “Live in Texas” nas avenidas das cidades do sul. Seis da tarde. Trânsito infernal. Enquanto todos caminham rumo à noite ele ruma rumo ao sol. Quente. Laranja ocaso. De um carro surge o som. Folk-rock. Batidas compassadas. Pé ante pé. Passos firmes. Carros engarrafados na avenida. Ele na contramão. No canteiro central. Desfile. Balanço de corpo na imensa passarela. Uma gota escorre da fronte. Ajeita o cabelo atrás da orelha. Mãos no bolso. E a brisa quente que vem de algum lugar. E anda.
Agora é noite. E ele na contramão. Faróis ajudam a sua iluminação. Cruza a via. Por entre os carros e todos os faróis. Pega a escada rolante pro metrô. E desce, como quem ainda anda.
Buzinas. O farol abre. Os carros partem. Uma mentira: dizer que essa cidade nunca pára.


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Traffic lights

No ritmo compassado a luz amarela do farol oscila na noite. Paro o carro no limite. Na faixa branca que marca o limite. Na noite a luz amarela se reflete em tudo; à sua frente. Uma faixa branca. Uma faixa amarela. Uma faixa branca... Nada nas vias laterais escuras. Nada a frente. Nada que se possa ver. A não ser o caminho que se quer traçar. Cruzamentos. Caminhos que se conhecesse, talvez o intermitente amarelo já estivesse para trás. Penso que já me dei por esses caminhos. Se conhecesse, talvez o intermitente amarelo já estivesse para trás. Cego. As luzes, de uma só cor me cegam. Ou será o vidro já embaçado pela ofegância. Painel amarelo. Uma faixa branca. Meu olhar amarelo... Lá de fora as coisas são mais fáceis. Um idiota parado dentro de um carro. Um idiota parado no farol amarelo. Lá fora não se tem os pedais aos pés. Direito acelera. Esquerdo-meio freia. Pára. Amarelo. Atenção. Estômago comprimido. Fecho os olhos. Fundo.
Acelero.

posted by: 'ou fato?!'

Crônica Noturna

Se acaso soubesse, seria o acaso.

Ele diz pra ela que pretende ir pra bem longe.
Ela responde que não se importa.
Ele acende mais um cigarro.
Ela diz novamente que não se importa.
Ele queima um pedaço de papel.
Ela mais uma vez não se importa.
Ele diz que ela ainda vai implorar por sua volta.
Ela diz que quando isso acontecer, ele já estará bem longe.
- Então você vai se importar?
- Eu não disse isso!
Ele ri, ela nem percebe.
Acaba mais um cigarro.
Ela termina o último gole do café.
Ele pede um último beijo.
- Tem gosto de café!
- É para não esquecer, ela diz.
Ele sorri.
Ela começa a chorar.
Ele parte.
Ela tranca a porta.
Ele põe as malas no táxi.
Ela fecha todas as cortinas.
Ele.
Ela.

(Ele acende outro cigarro)
(Ela escuta Billie Hollyday)

Ele ensaia outro sorriso.
Ela enxuga as lágrimas.
Ele toca a campainha.
Ela atende, preocupada.
- Esqueci minhas chaves.
- Você não precisa mais delas.
Ele leva as chaves.
Ela ignora.
Ele vai embora.
Ela ouve o táxi partindo: e sorri.

Seria o acaso?
- Eles não sabiam.

Agora, sozinhos...

Postado por Tato.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Música Tema

Well.. teo falando.. finalmente decidi assumir minha personalidade de OUVIDO, e decidi dedicar uma música pra uma pessoa... a música tema do nosso amor... AHUEHAEUHUAEHEUAHUEA

Eu não sei dizer
Nada por dizer
Então eu ESCUTO
Se você disser
tudo o que quiser
Então eu ESCUTO

FAAAAAAAAAAAAAAAALA
lálálálálá
FALA!

Se eu não entender
Não vou responder
Então eu ESCUTO
Eu só vou falar
Na hora de falar
Então eu ESCUTO

FAAAAAAAAAAAAAAAALA
lálálálálá
FALA!

¬¬'

domingo, 16 de novembro de 2008

Crítica de Cinema: "REC"

Por Felipe Ibrahim
Acabo de sair do cinema com uma vontade imensa de sair de lá, talvez correndo (como faziam os descontrolados seres estranhos daquele filme: estranho)...enfim, em uma história sem fundamento algum, e que tem o tempo mais do que suportável de 80 minutos. Nada funciona, se funcionar para um filme seja ouvir gritos sem sentido de uma platéia que gargalha e pede pra sair, até que REC pode funcionar. Acabo de ler que o filme foi indicado a alguns prêmios na Europa, não compreendo, definitivamente, não compreendo. Onde colocaram o roteiro daquele negócio? Tinha? É, haviam nomes nos créditos para estas funções. Onde estava a "revelação" que recebeu a estúpida atriz que faz Angela, jornalista medíocre de um programa cujo nome é muito sugestivo "Enquanto você dorme", que aliás ganha piadinha infame do bombeiro que ela entrevista. A atriz "revelação" não tem força nenhuma de atuação, uma voz irritante, e figurino deplorável (o que são aquelas maria-chiquinhas na apresentadora-jornalista?). Não posso deixar de salientar a força com que a catastrófica personagem segura uma porta, para fugir daqueles trecos (zumbis, cães raivosos, catástrofes?), enfim, ela segura a porta com uma força impressionante, nenhum musculozinho se movimenta, mas a gritaria da protagonista está lá: os gritos mais irritantes que já ouvi, aliados a sons de bichos doidos do lado de lá da porta. Terrível.
REC é uma catástrofe, deve haver naquilo tudo alguns segundos de algo útil e que tenham levado as pessoas ao cinema. Eu não encontrei, e tenho a impaciência necessária para odiar aquela coisa.
Enfim, só pra piorar mais um pouquinho...REC mistura sem sentido nenhum nos seus últimos (e tão esperados) minutos a conclusão da coisa: uma mistura de química, religião, possessão, uma desgracera total e de brinde um ser deforme, que misturou Allien a sei lá o quê, num resultado: infame. Como todo o resto daquela coisa.
Atuações inesquecivelmente medíocres, história fraca e sem propósito algum, direção estranhíssima, direção de arte (havia?), e fotografia? (sim, o câmera Pablo que não é mostrado no filme, só fala com a protagonista) registra tudo da sua preciosa câmera. Ah, não deu, sinceramente, não, não e não.
"REC" é uma bomba, leve seu melhor inimigo ao cinema e terão momentos gloriosos. Depois saia correndo de um lugar tão sagrado (que é o cinema) mas às vezes recheado de estréias deploráveis.
XX...eu si divirto!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Eis que um dia os cinco sentidos resolveram fazer uma página na internet. Em verdade a idéia partiu dos olhos, idéia essa que rápido rasteiro foi aprovada pela boca que mais pensava do que falava. E assim se seguia; a sala voava, voava longe e as paredes, coitadinhas, estavam todas assustadas de tanto sentimentos a borbulhar. Era como uma corrida: a boca falava, o olho piscava, a boca abria, o olho fechava, a boca via, o olho gargalhava. Uma fagulhada de letras voando por toda a sala... o olho, o olho, o olho, o olho, a boca, a boca, a boca, a boca, o olho, a boca, a boca, o olho, o olho e a boca, o olho e o olho, a boca e a boca...silêncio...se o nariz estivesse presente talvez respirasse.
O tato? Hunf, o tato resolveu achar que sentir virtualmente era possível e assim deu seu pitaco na idéia. Estava ele, todo pomposo e com o perdão do trocadilho: Se sentindo. Não sabia o que tatear, suas novas luvas foram o deleite da tarde. O tato é alguém diferente, nem ele mesmo sabe o que é. Não se sabe cinco dedos ou cobra rasteira que precisa sempre se esfregar sentindo sempre a sensibilidade dos outros... Assim – Simples.
Hun? Como? Claro que ela não podia deixar de passar... Nesse dia a orelha estava com rinite, o que não significa que a orelha tenha problemas com o nariz, pelo contrário, tecem uma amizade agradabilíssima, às vezes desleal, porque se é a orelha que escuta qualquer flatular desagradável é o nariz que paga o pato, mas indiscutivelmente uma linda amizade.
E o nariz... o nariz tem asas.
...
O nariz nesse dia resolveu levar a sério o ditado popular, “Não meta o nariz onde não foi chamado”, não soube dessa bagunssagem toda, mas só não foi chamado porque a tarifa não anda tendo graça, diga-se de passagem.


Sentir

Dos cinco sentidos
sabe-se apenas o estar
não se sabe do olho
a janela pra se observar
o escuro e o claro
de lágrimas ambíguas
de lado e brilhantes
a te devorar
ressacar
capitular
na dúvida se realmente preferem olhar – sentindo.
Nem do tato
que no seco ou no molhado
no quente ou no frio
esta sempre a tatear
Sofrendo, ardendo, anoitecendo e amanhecendo
pêlo avesso – sentindo.
A boca que come
a boca que xinga
a boca que sorri
a boca que reza
a boca que nasceu paladar – sentindo.
O nariz, sempre centrado
metido – quando alto,
submisso – quando baixo
mas sempre centrado.
O nariz... la sensibilité à l'odeur – Sentindo.
E a orelha...
(vamos ficar todos em silêncio)
...
e a orelha coitadinha
que quase se desfaleceu pelo silêncio de não escutar.
A que tem a propriedade
de ser dupla:
Pra melhor te ouvir
ou para somente como um túnel funcionar
entrando de um lado e saindo do outro.
Mas sempre orelha, mansa ovelha, há pensar.
Dos cinco sentidos
sabe-se somente do amar
a tez de um viver
pra sempre, em qualquer idade
- amorozidade –
sentir, sem ti, sem sentido.

[postado por Lucas Pessoa]